Como começou a minha jornada no artesanato com propósito.

Sou a Artesã Pensante, materializo com as mãos as ideias da mente. Neste espaço, compartilho moldes, cursos e criações que representam minha jornada. Junte-se a mim e descubra a beleza do fazer artesanal, onde cada peça conta uma história única e inspiradora.

Artesã Pensante

4/29/20253 min read

Alguma vez você já mentiu para um amigo, só para não sair de casa e ficar sozinho(a)? Ou já fez alguma coisa de que não gostava para agradar a alguém?

Pois é, eu já fiz isso diversas vezes!

Eu sou a Artesã Pensante, uma dentista por profissão, mas artesã por vocação e que tem a dádiva de ser mãe de uma preciosa menina e esposa de um homem maravilhoso!

Apesar disso… eu não sou feliz profissionalmente e, pessoalmente, preciso dos meus momentos sozinhas, para refletir, sentir e agir como eu mesma!

Por muito tempo eu me sentia culpada por não curtir sair com os amigos frequentemente, por não querer ter noites românticas toda semana ou por não querer brincar com minha filha todos os dias… sentia-me culpada por gostar da solitude!

E aqui cabe uma observação: solitude é diferente de solidão! Solitude é gostar da minha própria presença, ou seja, eu escolhi estar estar sozinha! Já a solidão muitas vezes ocorre quando não escolhemos ficar sozinhos, mas somos rejeitados ou abandonados.

E eu percebi que são nesses momentos de solitude que eu consigo escutar a mim mesma, reconhecer minhas limitações, exaltar minhas virtudes e fazer um balanço de tudo isso para poder viver em comunidade. Afinal, minha culpa em querer estar sozinha e a atitude compensatória de agradar à todos, estava me tornando doente! E enferma, eu simplesmente sobrevivia e não convivia!

Conviver com outras pessoas era um martírio, pois por um lado eu queria estar sozinha dentro dos meus pensamentos, ou, criando as ideias que fervilhavam na minha cabeça. Por outro lado, achava que eu deveria agradar às pessoas que estavam ao meu redor, fazendo o que elas esperavam de mim. Não tinha coragem de dizer que as suas expectativas eram totalmente contrárias à minha, nem de que eu tinha vontade e sonhos próprios.

Eu adoecia crendo que eu era uma egoísta e irresponsável, pois vivia procrastinando as tarefas que me eram confiadas, pois me desenvolver na expectativa do outro era penoso, e me fazia dar desculpas e pouca importância para os deveres.

Mas hoje, queridos(as) artesãos(as), eu vejo nas letras e na arte uma nova possibilidade, aquela que por décadas eu não aceitei, de mudar a minha história e de me tornar uma pessoa capaz de conviver com outras pessoas e ajudá-las em sua jornada, compartilhando a minha. Portanto, a ideia da Artesã Pensante é de criar um espaço para compartilhar arte, histórias, reflexões e ainda tornar o mundo mais bonito com a ajuda ao próximo!

E nada melhor do que começar esta jornada pelo símbolo que me trouxe até aqui: o porco-espinho, também descrito na parábola do filósofo alemão Arthur Schopenhauer.

O Rodney é o agulheiro porco-espinho que desenvolvi em 2007, como um passatempo, e desde então, eu o presenteio para quem, assim como eu, gosta de fazer artesanato. Já fiz dezenas dele para dar às pessoas, mas nunca havia parado para refletir o impacto que ele teve na minha vida e na vida do outro.

Na visão de Schopenhauer, a metáfora do porco espinho reflete a vida em comunidade. Diz a parábola que os porcos-espinhos, na tentativa de se aquecerem no inverno, juntaram-se para compartilhar o calor entre si. Porém, os espinhos logo começaram a incomodar e a machucar uns aos outros, requerendo que eles se afastassem. Por isso, precisaram encontrar um meio termo, entre morrerem de frio ou se machucarem com os espinhos. Este dilema é resolvido com o respeito à distância (física ou social) uns com os outros. Cada um tem seu calor interno e há aqueles que precisam de maior ou menor distância do outro para se manterem aquecidos.

E de fato a minha primeira criação autoral foi o Rodney, que tem um significado tão forte, por isso eu acredito que ele seja o meu sinal para seguir com este meu propósito: de ajudar a outras pessoas, como eu, a encontrar seu próprio lugar no meio da comunidade em que vive. Dessa forma, poder ouvir a si próprio para se desenvolver como ser humano e como humanidade!

E se você quiser ter acesso ao pdf do molde e o passo a passo ilustrado de como confeccionar o Rodney, acesse o vídeo abaixo.

Obrigada por me ouvir e deixe-me te ouvir também. Compartilhe comigo a sua história e seu talento, deixando seu comentário.

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Até o próximo pensamento!